Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

A Joaquim Maria Machado de Assis
Machadinho
Assim o vejo, assim o tenho
Chegaste no Livramento
Haja dó, pobrezinho.

A miscigenação perspicaz
Das paredes e das tinas ao mundo
O gago, o epilético, o moribundo
Da timidez, reserva assaz.

De circunstância, de ocasião  
Em poucos, órfão, mas esforços tinha
Acolheu-o a madrasta, o lápis e a linha  
Saborosas ruas, São Cristóvão.

Seqüência falha, autodidata, perseverança
Imprensa Nacional, ás na tipografia
Senhora mão, merecimento, apologia
O Almeida: justa esperança.

Buscou o Correio e o Diário
Regrou o funcionalismo
Usou da autoridade e do ofício
Xeque mate, preciosismo.

Ovacionado
De presidente da academia, imortalizado
O nosso maior ficcionista
Contista, poeta, romancista.

O teu feroz destino, a tua irretocável narrativa
Sem Carolina, vozes falidas
Memórias póstumas, páginas esquecidas
E vê em água, nova tentativa.  

Velho bruxo, descanse em paz
Estou aqui pensando,como não tenho tamanho
Ligo-me à tua intensa obra, e assim, ambos
Hão de perpetuar.

Obrigado!
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 16/06/2006
Alterado em 29/07/2006
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