Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

SEM MEDO DE SENTIR
Sentir...
Tudo ter em mim
Fechar os olhos e apaziguar...
A alma; fechada
Com notas frutadas, vinícola
Sorvendo a digna essência.

Sentir...
Fazer-me ópio e alegria
Convés de afagos desmesurados...
Encantados
Com rugas e beijos na calçada
Sentimento, sem ti mesmo.

Sentir-se...
Sufocar de tanto tinir, pelar
Tomar a sequência aos goles e suplantar
Ser mais eu em tudo de mim
Espantar-se com o áptero amor...
Desalojar, exasperar-se... evoluir.

Sentir...
O prélio almeja a estrela
Mais leda; paz e atrás de mim
Sufoco com quente nó na glote
Infinito...
Trinar e escutar a música, o dó.

Sentir...
Tão perto e tão cicuta!
A me raspar os flancos, revelar
O apelo e o gesto único de amar
O mar, a ave, a Maria, os olhares...
Insanos, perplexos.

Sentir...
Haja todo e inescrutável amor em minhas vísceras
São tantas mais!
Calabouço cantante de vida inglória
Memória, alecrim, extrato do legítimo néctar...
Exuberante amor a frigir os olhos da vida.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 26/10/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras