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A VIDA É UMA OCASIÃO ESPECIAL
Coisinhas grosseiras, meras e pusilânimes
Tornam-me roto trapo fino na manhã desfigurada de céu Tolo eu. Sem o propósito vital a me subtrair a essência Sem a cara, nem sequer a sombra – só a sobra Tolo eu a acreditar na sua invisível força... Que morda, que morda! Tenho os dentes ferinos de sapiência e de lógica Todo o coração recheado por prófugo sentimento Agüento tudo, tenho a lâmina bipartida da escuridão A dádiva desenfreada da vida A essência, o verso e o semblante viril a lançar sorrisos. Tolo eu A me achar uma dessas coisinhas meras e pusilânimes Tolo eu! Envergonho-me. Não há nada mais ledo que o sangue que flui como jóia da pele espessa Sei a bruma que me sopra e me assopra quando temo pelas ojerizas Ah, tão indóceis! Pô-las-ei em minha mesa ao café da manhã e as estriparei, de monte. Essa é a magnífica hora da vida em avalanche No fausto átimo, na artéria cava da indulgência e da hipocrisia Tola ela; tolos todos a aguardar o ressequir cardíaco Minha alma se enleva e gela como prova de sua versatilidade Graças à essencial idade. Por saber, hoje, que sou réplica fiel do espelho que aspiro - e inspiro – Jantarei à base de vinho tinto [que me perdoe amigo envelhecido] Pois, a vida é uma ocasião especial!
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 02/02/2010
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