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Arte de Versar
Escrever é marcar o papel com tinta de sangue
Os princípios, próprios réus e juízes Se não há ética no escrever, não há amor no verter Nem há verso com embriaguez pungente A gente esvai e não sente, a língua adormece. Poetizar com afinco é preencher o útero da imaginação Com as tipóias mosqueadas da inspiração, é farejar auspicioso céu Se não há identificação com a escrita, não há alimento Fundida à hipocrisia, vem a mente corada com vertigens. Não se iluda com versos sem generosas alíquotas de zomol Sem a casta vastidão dos enxames em labor, sem o pão Não se engane, não! Os versos que rezam são os que prezam, os que se encerram. Versejar é desalojar trapas e trazer os couros, cravejados ou não Ativos sonhos são misturadores delicados, movem sentimentos O âmago do poeta é sacro, canonizado seria às portas nossas Pintar a tela da vida com as cores que só a aquarela poética contém. Zus! Encantar é a conseqüência solta na capa do poeta Os meios são imprescindíveis campainhas cerebrais Não se justificam agnósticas palavras sem o dom da escrita A veia inflama de fúria o peito, suscitando enchente à alma.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 21/08/2006
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