Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

Na Tarde de Domingo
À imagem da morte, escuridez
Apenas dois lados e o talvez
Vez e insipidez do mel e da orelha
Tez e insensatez do fel e da ovelha.

Parelha voz aplaude o cego
Telha de nós, ataúde no ego
Pontiagudos lastros comoveram-se
Predicado verbal de fenecidos tarsos.

Inesgotável bica de hemisférico medo
Inestimável mica de histérico albedo
Paz reinante, soberania do mendigo
Contabiliza moedas, sutura os cortes.

O receio do tíbio é o passaporte ao coruchéu
Para transpor as maçarocas do cérebro
Quando grita e se esgana o corpo escolhido
À beira do abismo, na tarde de domingo.    
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 23/08/2006
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras