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O GOZO
Ao sonhar, veio-me de encontro o mar
A amar, relinchou coxa e cínica vaca Outra vez, a alvorada irrompeu no estro Sabe os dias, conta os átimos a vaguear, longínquo. Nega a flor! Resiste ao limo – mesmo prófugo – o pegajoso riso do pretérito O cais ensangüentado Que rege a lua hipócrita. Quantas canções caem com a tarde gélida? De estribilhos vagos e grises Intercedendo, invadindo, gozando Em ternos suspiros, sob o pejo olvidado do torpor. Ah, quanto imaginar! Ao pensar, fez-se o óleo A lambuzar a tez, a lamentar com o esquife A marulhar com o azul molhado e melado.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 24/05/2010
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