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O TEU CREPÚSCULO É O RENASCER DO MUNDO
Que lhe dote de primazia o céu
- apolítico e inverossímil – Que lhe seja indócil a lida - com seus tentáculos e feridas – Que a corja falha lance sobre ti os ferros E estupore vil fleimão a lhe flambar por inteiro. Que ressurja a amendoada ira - capciosa e perpétua – A lhe varar dum lado ao outro Que lhe sufoquem os gélidos sonhos E que em ti, invagine a gota de fel - adiposa em vez de serena. Que lhe ranjam os dentes ferinos da moribundez Ao passo lento e envelhecido da epopéia Que lhe sirvam as Blatellas e as Periplanetas - suas gueixas, a partir de hoje – E lhe virem do avesso mais secreto que há - sempre do sul para a morte. Assim, deste único e irrestrito modo Estarei a vigiar tais anjos coxos ou fadas nigérrimas Que por ventura, mover-se-ão a intervir E as mascarei tal fumo de corda Podendo cuspir sobre suas ventas O gosto amargo e silente da indiferença.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 25/05/2010
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