Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

O CHORO DAS BESTAS
Como um algoz que ladra, fere, mata e despe minh’alma
Imbricando seus nozinhos de escolha, de hipocondria
Como paródia desgastada e murcha – outrora, sabiam rir.

Sabe de uma coisa, profundo e cego peito?
A vida é delicada, mas tem a mão pesada e calosa
Faz se alojarem na gente, historinhas amendoadas.

Não há gaveta, não há
Deixo sob o vão viril da escada
Toda minha essência, arfando em muco sanguinolento.

Na bacia, tosca e ingênua, dois olhos repousarão
No pesar caloroso das frondosas e dos alpendres, debruçar-se-ão
Ao choro das bestas, ao coro fugaz do silêncio.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 19/08/2010
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