Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

TODA BORBOLETA TEM O SEU ANIMAL
Pobre borboleta!
Amarela como a manhã primaveril
Não sabes quanto encantas outrem.

Membranosas asas beijando o ar
Visitando estames, caçando néctar
A espalhar o pólen, a engravidar o mundo.

Reles lepidóptera!
Seus ocelos não veem, suas antenas tampouco
Parecem cadentes ao horizonte extremo.

Sempre libertas, sempre marotas
Sacolejando, assumindo sua condição bichana
Alinhas com o córtex e se ocultas.

Pobre borboleta!
Prásina como a lata dum ser hepático
Não tocas harpa, não embeleza a vida
Mas, tem as pernas
A deixar a lama que o humano criou.

Pobre humano!
Não sabes entornar o encanto da borboleta  
Que nasce lagarta, que se agasalha em crisálida
Ofusca a rasura bípede e ignóbil
Das pessoas à sua volta.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/02/2014
Alterado em 07/02/2014
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