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TEU SEMBLANTE, MEU ESPELHO
Pulverulenta veste
Teima em me ocultar (já não sou mais tão meu). Presunto enlatado, retroativo Já não tenho dentes a ranger à noite (queima ao me usar). Estou sufocado neste parêntese de inferno Não suporto mais a minha dor Fere-me com teus olhares enviesados (ata-me com a fúria e com o gozo) Desta podridão entorpecida Deste cadavérico passo que ouço. (Já não sei muito de ti) Reluto por essas coisinhas agigantadas Teu semblante de óculos por trás dos sinos Verdejam-me, mansamente. Por tudo que sei e arrebanhei por nós Solicito às vozes apocalípticas Que me enterrem na clausura que é remela Em nome dum sábio (em nome do espelho).
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/06/2007
Alterado em 17/11/2008 Copyright © 2007. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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