Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

DESMORONAR
Fitei-a a se despedaçar
Vela opaca em desalinho
Homogênea cicuta imbricada de espinho
Núcleo do meu sonho - a mortalha se arrochou.

À cega e rota marcha da aldrava
Coração patife e olor de alho
O ranço apoitado nas retinas
E a vida a sorver, a morrer, tomo a tomo.

Com repleto perigalho de acúleos
Migro tonto o olhar desvairado
São as mesmas tristes e velhas mágoas
Que se revelam ignotas, que se velam em catre.

Outrora, ouviu-se estrondo mudo
E o mundo profuso escorrido de lágrimas arrefeceu-se  
Pudera!
Casta idade e deveras solta
Quisera!
Ser o par da finada rosa e o semblante prásino a desmoronar.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/05/2015
Alterado em 05/05/2015
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