Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

CRAVEJADO
Soberano e inconteste
És a raspa, és o mel
Claves e sol no céu
E os arpejos a bailar, pernósticos.

Leves como a pluma
Na leda e maltratada bruma
A revelar minúcias, a esmo.

Há de ter a cisma
- tal tempero -
Extravasa e vai... Sai-me.

Atmosfera plena
Imensa e interna pena
A bradar rumores lisos
A relinchar baixinho
Todas as letras
Todas minhas.

Maneira viscosa de rasgar a alma
Em camadas cegas, sonhos planos
Houvera um mancebo recortado pelo tempo
Anestesiado.

Exsuda seiva, flui o tempo
Como cadeirinhas de balanço
Enquanto janto minhas memórias
Enquanto me guardo em caixa estanque.

Não há aparas a me ceifarem
Não há segredos a me tolherem
Nem o lápis a me debutar...

Há só o espelho, o sorriso e aquele olor de pecado.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 10/06/2015
Alterado em 10/06/2015
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