Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

AS NOITES SANGRAM
Imbricados no porvir
Astros assolam e gemem
Maneira terna de sentir o pejo.

Leiam-me com esporas afiveladas
A nódoa se liquefaz e exsuda
Tinge de escarlate o sangue
A própria melancolia se revela orfã.

Pela gama infundada da prosa
Ósculo amargo de fel me enleva e salga
Aos poucos, refestelar-me-ia.

Mas é sacrificante a autarquia derradeira
Perde-se a musa, ganha-se a morte
Não mais a rosa, não há mais o verso
Sucumbe a alma ferina desgastada pelo pranto
Ao desencanto mais sombrio do avesso.

Meu desalinho me impele a assear verbetes
Proliferaria milhões de "entre" se cá estivesse nu
Contudo, a lama forrageira a tangenciar os atos
Há de perquirir por dias menos prásinos, mais viris.

Ou será apenas um sonho mau?
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 10/01/2019
Alterado em 10/01/2019
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