Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

A GÊNESE - TOMOS DE INTROSPECÇÃO
Surgem as notas, esvaem-se
Espreitam o fleimão desgastado
Com olhos de maracujá azedo - em segredo.

Houvera a ocasião
Não há mais relógio
Remontam-se as horas no tempo escasso.

Quimera!
Ouvi cedinho as lamúrias urticantes do travesseiro
Em meio à inescrutável nascente
Amor febril, abacateiro juncado.

E as cadentes?
Hão engalanadas no mar de céu espesso
Quase angelical.

Explode granada ferina na barba do demônio
Capa solta de lamber a cerca
Aos axônios, ladeia com o infinito.

Embora saiba a riqueza do vômito
O que me escapam são limalhas de aço carbono
Eternidade!
No apocalipse do tal cansaço
A inventar os desconsolos.

Quando minhas pernas arquearem
Meu ciso incinerar-se
E o modo rústico de sorver tudo, fenecer...

Aí, tudo acabará bem, o mundo se redimirá
"Voila"!
Conquanto conte do oceano as estrelas
Por toda a vida castigada, prestimosa e vil.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/02/2019
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