Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

AH, SAUDADE!
Sobre os risos que rasguei
Tantos seixos, meros descasos
Sentado à beira da praia
Uma rede, uma vida inteira...
De sonhos, de sonhos.

Das irmãs em claro
Quantas chagas, pelo forno
A forja do aço, no morto arco
Uma roda, uma foice
E o tempo agindo, a bisbilhotar.

Sobre os idos que falhei
Deitados, encharcados de gin
Ao toque sereno duma alvorada descalça
- plangente e fina
Uma estampa florida a se ocupar de nada.

Só para chorar de rir
Para me cobrar dos risos que ocultei...

Nessas páginas, átimos salgados
Há de se ter a lebre, ferina e incauta
A gingar à frente do espelho
Um sorriso morno, aferido
Com léguas de imobilidade
Mas, com toda pinta de saudade.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 29/04/2020
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