Fortuna Literária - Cesar Poletto

Poetizar é exteriorizar, é exaltar o belo, e, acima de tudo, embriagar-se com a vida.

Textos

NA JANELA
Vexo a mim
Não me fecho ao prásino e abstêmio feixe
O peixe da seca pedra, a mumificação.

Rogo aos líricos cantos
E entoo mais ledo gracejo junto ao mar
As maritacas emudecidas - gaivotas não há!

Botelhas negras lacrimejam
E o solar ressequido do verso escapa-me...
Atravessa-me a têmpora
A bala adoça a alma, abala a coxa melodia.

Circunlóquio de resiliente história
São carinhas de anjo no ódio do poeta
A perseguição largada em pranto
Marcada a fundo na preguiça do cárdio...

Vexo-me mais um tomo
No assomo mudo e irrequieto
Precipício, escada e céu
A me tocar de estrelas

A me despedaçar de júbilo
A enternecer...
Com o salpicado desejo de arrebatar.

Quisera ser a onda
A levar, a trazer, a oscular a areia
Quisera ser a prosa
A se perpetuar, a oscilar e a morrer de amor.
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 09/12/2021
Alterado em 09/12/2021
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